quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Viva como as flores

Num mosteiro tibetano, um discípulo perguntou ao seu mestre:
Mestre, como faço para não me aborrecer?

Algumas pessoas falam demais,

outras são ignorantes.

Algumas são indiferentes.

Sinto ódio das que são mentirosas.

Sofro com as que caluniam.

Pois viva como as flores, advertiu o mestre.
Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

Repare nestas flores, continuou o mestre,
apontando lírios que cresciam no jardim.

Elas nascem no esterco, entretanto,
são puras e perfumadas.

Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável,
mas não permitem que o azedume da terra

manche o frescor de suas pétalas.

É justo angustiar-se com as próprias culpas,
mas não é sábio permitir
que os vícios dos outros o importunem.

Os defeitos deles são deles e não seus.

Se não são seus, não há razão para aborrecimento.

Exercite, pois,
a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.


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