"Danem-se dogmas.....
pois não somos máquinas" - Stuka Angyali
Você
já sentiu medo? Já ficou assustado ou verdadeiramente apavorado?
Você
já se sentiu triste ou angustiado, mesmo sem compreender o motivo?
Você
já se sentiu agitado, inquieto, insone, tenso, deslocado?
Você
já se sentiu alegre?....mesmo sem qualquer motivo?
Você
já sentiu???
Sabe
o que é sentir? Sabe o que é emoção?
Já
sentiu dor?
Não....não
estou falando de dor física. Não estou falando da dor de um ferimento na pele,
da dor de estômago, da dor de cabeça, da dor do infarto...
Não...não!!!
Estou
falando da dor invisível. Que maluquice, não é mesmo!? Afinal, se é invisível
não existe!
Pois
é!! É assim que todos julgam. É assim que todos pensam.
“Isso
não existe”, “isso é da cabeça”, “precisa achar um trabalho”, “frescura”
Palavras
lançadas como flechas que causam mais dor para quem a sente.
Dores
na alma são invisíveis.
Dores
na alma são subjetivas....
Dores
na alma não aparecem em fotografias de Rx...
Dores
na alma não são aferidas no esfigmomanômetro....
Dores
na alma não são calculadas em resultados sanguíneos.
Ahhhh!
Mas que exagero!! Diriam alguns....
Não
há exagero quando o doente é você!
Não
há exagero quando o doente é alguém muito próximo, de seu convívio familiar.
Não
há exagero quando você se torna responsável diante de um ser humano que se
encontra à sua frente, desesperado, desesperançado, apavorado, nocauteado pelos
próprios sentimentos.
Não
há exagero quando você se torna a última esperança para a vida de alguém...
Sim,
é assim mesmo que se sente alguém adoecido emocionalmente, tentando se agarrar
a qualquer fio de esperança ou salvação diante daquilo que sente.
Qualquer
pessoa que já tenha sofrido de um adoecimento emocional, ou que tenha convivido
com tal situação, sabe quão difícil e lento é o processo de recuperação.
Doenças
físicas, de forma geral, são facilmente diagnosticadas e tratadas de forma
breve, com resolução do problema.
Doenças
psíquicas, ou emocionais, exigem muito mais tempo de acompanhamento médico e
psicológico, não sendo incomum a exigência de um tratamento até o fim da vida.
Aliás,
muitas vezes sendo possível fazer uma analogia corriqueira com doenças do
corpo, ou clínicas, como hipertensão arterial ou diabetes, que quase sempre
exigirão um tratamento e uso de medicamentos por toda a vida, após
diagnosticados.
Então,
surge a infeliz constatação: em pleno ano 2015 ainda existe preconceito e
discriminação contra pessoas que adoecem mentalmente.
Como
definir isso? Lastimável?
Todos
nascemos verdadeiramente ignorantes, uma vez que não temos quaisquer
conhecimentos acerca do mundo que nos cerca. Com o passar dos anos, em que
crescemos e aprendemos, podemos conseguir conhecimento maior sobre os variados
assuntos e situações da vida.
Mas
ser verdadeiramente ignorante é não querer aprender ou entender sobre algo.
É
inaceitável fazer um discurso contra pessoas adoecidas emocionalmente. Mas pior
é tentar afirmar que os tratamentos existentes são escravizadores ou que servem
somente para dopar, robotizar, ou tornar pessoas dependentes de remédios.
Então
quem usa um medicamento anti-hipertensivo não é dependente?
Quem
usa um medicamento para diabetes, asma, lúpus, HIV não é dependente?
Você
já mandou alguém parar de tomar remédio para AIDS, porque ele ficaria
dependente? Não cometeria essa “loucura” não é mesmo!
Mas
quantas vezes você já ouviu alguém falando mal de remédios relacionados ao
tratamento psiquiátrico??....nem precisaria responder.
Crises
de pânico, ansiedade, angústia, fobias....
Crises
psicóticas, medo, desespero, alucinações...
Crises
depressivas, vazio, desesperança....
Crises
do eu...do nós....de todos....
Mas
sei que defendo, sim, com unhas e dentes, todos que sofrem na alma.
Sei
bem o que é um sorriso de agradecimento, onde antes havia somente tristeza e
vazio.
Sei
bem o que é um olhar de tranquilidade, onde antes havia medo, pavor e uma mente
perdida dentro de seus próprios labirintos.
Sei
bem o que é um abraço verdadeiramente carinhoso, onde antes a angústia e a
tristeza impediam qualquer esboço de reação afetiva.
Sei
bem o que são palavras ditas em cada momento, antes, durante e depois...
E
sei, também, que amor pelo próximo não deve ficar restrito a orações vazias ou
meras repetições.
Pense
a respeito....reflita....sinta...
Você
também é um ser humano...formado por células, tecidos, órgãos, ossos e músculos...
Mas
se não tivesse sentimentos ou emoções.....seria apenas uma máquina ou robô.
Um comentário:
muito bom!
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