Pai,
Palavra mágica. Assim como “mãe”
tem apenas 3 letras. Palavras curtas com tamanha importância e grandiosidade.
Pai,
Por definição, no dicionário,
aquele que tem 1 ou mais filhos. O gerador, genitor, cuidador, benfeitor.
Mas pai pode ter filhos e não ser
pai. Pode ser o genitor e nem conhecer seus descendentes. Pode conviver com
seus filhos e ser um carrasco e agressor.
Pai,
Não é aquele que dá o direito de
um sobrenome no documento de identidade. Não é aquele que simplesmente paga a
pensão de filhos para cumprir obrigações. Nem tampouco aquele que dá dinheiro
para comprar atenção ou substitui afeto.
Os dicionários pecam em suas
definições quando se limitam às regras gramaticais ou semânticas. Não conseguem
palpar as regras fundamentais de nossa existência: sentimentos e emoções.
Afeto, dedicação, carinho,
companheirismo, cumplicidade, confiança, amor.
Aquele que fala de seus filhos
com a boca cheia de orgulho. Abraça e beija, mas também sabe o momento de
ensinar e corrigir, porque quer proteger e o melhor para seus filhos.
Não perde a paciência para
responder aos intermináveis questionamentos e dúvidas de seus pequeninos.
É aquele no qual você se espelha,
mesmo sem perceber, imitando seus gestos e comportamentos, porque você o admira
(mesmo que não saiba).
Naturalmente, as características
de um verdadeiro pai também cabem a uma boa mãe. Mas cada um tem seu papel e
importância diante de seus filhos.
Ainda sou daquele tempo em que se
trata os pais com distinção, chamando-os de “senhor” e pedindo bênçãos.
Nada contra quem chama os pais de
“você” ou chama pelo nome próprio. Mas guardo dentro de mim o aprendizado de
minha infância: “ Sempre trate os mais velhos e experientes com respeito e
educação”.
Sim, para qualquer criança os
pais parecerão muito mais velhos (mesmo que nem tenham chegado aos 30 anos de
idade).
Meu pai,
Lembro-me de alguns detalhes de
minha infância. Porém, uma lembrança muito marcante é que nunca aceitei que
qualquer pessoa de ti mal falasse. Lembro-me, como se hoje fosse, aquele dia
que em casa cheguei chorando porque um garoto da escola o havia xingado.
- não, não!! Meu pai? Ninguém
poderia falar daquela forma de meu herói. Quebrava meu coração.
Claro, lembro-me também de nossos
estudos quando estava no ginásio e o senhor me ensinava conjugar os verbos da
língua portuguesa (minha nota na prova, claro, foi fantástica), assim como os
estudos de História, tão bem narrados de forma ilustrativa e simples
compreensão, através de seu conhecimento.
Lembro de seu entusiasmo ouvindo
atentamente sobre minhas descobertas na faculdade. Lembro-me de minha
formatura. Guardo a imagem de sua emoção, com olhos úmidos e brilhantes.
Enfim, são tantas lembranças que
vão surgindo neste instante.
Hoje adulto sei que o senhor não
é perfeito, mas ninguém o é. Todos temos fraquezas e falhas. Mas também sei de
seu valor como pai maravilhoso.
Hoje, invertemos os papéis. Sou
eu que te cuido, converso, instruo e até dou broncas. Mas porque o quero bem.
Hoje fico preocupado e triste se
não o vejo com a saúde tão perfeita.
Hoje sou eu que converso com Deus
(nosso Pai Maior) e peço que te cuide.
Porque quando os pais envelhecem
e sua saúde demonstra o passar dos anos, dói aos nossos olhos notar a
fragilidade e vulnerabilidade.
Por isso, quando chegamos a esse
momento da vida é comum a inversão dos papéis.
A dedicação, o afeto e amor
permanecem no mesmo pai – filhos. Mas agora é nossa vez de assumir os cuidados.
A vida é assim. Filhos tornam-se
pais, que um dia acabarão por se tornar filhos de seus filhos.
Hoje sei muito bem o que um pai
sente por filho e, claro, tento me inspirar no papel de um verdadeiro pai.
Sei que não sou um herói, mas
quero deixar ao meu filho lembranças de um grande pai.
Ao meu filho, como pai, deixo um grande beijo.
Ao meu pai, como filho, deixo um beijo com
muito carinho.
Obrigado por tudo meu Mestre.
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