sábado, 31 de dezembro de 2011

Os dias passam

Fiz uma viagem na pintura do horizonte....


No matiz maravilhoso do crepúsculo
divaguei, divaguei....
Que espanto!!
Os dias passam tão rapidamente
e nem nos damos conta
de todas as maravilhas que
poderíamos observar
a cada dia.


Sentimentos dentro da Alma
Amores, rancores...
Paixões, solidões....
Emoções manifestam-se
Nessa natureza humana,
tão pequena diante do todo,
Mas tão gigante em si mesma!


Aproveite um novo ciclo que se inicia
Repense sentimentos, palavras e atitudes
Viva intensamente! 
Observe as belezas que Deus lhe proporcionou.



sábado, 24 de dezembro de 2011

Noite feliz


Sempre adorei essa época do ano. A proximidade do Natal parece criar uma atmosfera mágica.
Quando éramos crianças aguardávamos ansiosamente essa data. Obviamente a figura do papai Noel povoava nossas imaginações, assim como de todas as crianças. As meias todas penduradas nas janelas e até mesmo na árvore cheia de luzinhas piscantes. Passávamos o dia todo, da véspera de Natal, aguardando a meia-noite chegar. Sabíamos que nesse momento os corações pulsariam mais fortes, já que era quando o bom velhinho deixaria sorrateiramente os presentes para a criançada. Que felicidade!!! E depois de aproveitarmos a ceia de Natal maravilhosa, corríamos para aproveitar os brinquedos. Tempos tão bons!!

Ainda mantenho a chama acesa do Natal dentro do lar.
E nessa atmosfera mágica, peço ao papai Noel que deixe em todos os lares a alegria da vida.
Que todos os lares sejam abençoados com paz, saúde, harmonia e toda a luz de Cristo.
Desejo a todos os amigos um Natal maravilhoso e com muito amor nos corações.
Um grande e fraterno abraço!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Céu e Inferno íntimos


Mais uma bela lição sobre as escolhas individuais.

Conta-se que, certo dia, um samurai, grande e forte, conhecido por sua intolerância, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.
- Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno.
O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, disse-lhe:
- Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiroé insuportável. Além do que, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe.
O samurai ficou transtornado. O sangue subiu-lhe à cabeça e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva. Com os olhos crispados, empunho sua espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge.
- "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente.
O samurai ficou imóvel, estupefato.
A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscara a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.
O feroz guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.
O velho sábio continuou em silêncio. Passado algum tempo o samurai, já com o ânimo pacificado, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.
Percebendo que seu pedido era sincero, o monge, então, falou: "Aí começa o céu".
Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir em nosso próprio íntimo. Tanto o céu quanto o inferno, são estados de ânimo, que nós mesmos escolhemos em nosso dia-a-dia.
A cada instante somos mobilizados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno. É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros. Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer dos objetos disponíveis em seu interior. Assim, quando alguém nos ofende, podemos empunhar o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância. Atacados pela calúnia, podemos usar a foice do revide ou a pomada da autoconfiança. Quando a injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão. Diante de enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido corrosivo da revolta ou empunhar o escudo da confiança.
Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir fossos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.

A decisão depende sempre de nós mesmos. 

Somente de nossa própria vontade decorrerá o nosso estado de ânimo.
Portanto, criar portais para o céu ou cavar abismos para o inferno em nosso íntimo, é algo que não depende de ninguém, pois somos os únicos responsáveis.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Mentirinha travessa


Há um abismo entre “não conseguir ser feliz” e “não se permitir a felicidade”.
“Felicidade”- Apenas uma palavra que simboliza contextos tão amplos e variados.

Quem não quer ou não a busca? Dizer o contrário poderia ser uma mentirinha ou uma maneira travessa na tentativa de burlar a si mesmo. No final das contas, ainda é o tipo de sentimento que está presente no topo das listas de desejos.
Contudo, a maior parte dos seres humanos afirma nunca atingir esse objetivo. Mas como pode? Será tão difícil? É algo tão impalpável?
E aqui cabe um parêntesis importante. Os sentimentos, de forma geral, são realmente impalpáveis. É impossível mensurar felicidade ou tristeza, assim como raiva, ansiedade, etc. O sentimento cabe a quem o sente e, ainda assim, as emoções manifestas nem sempre serão a melhor representação do que se passa dentro do indivíduo.
Mas retornando à felicidade tão almejada, é possível observar que muitas pessoas são felizes – ou pelos menos deveriam ser ou assim sentir – mas ainda procuram o impalpável.
Muitas pessoas afirmam categoricamente que jamais alcançariam a felicidade. Sentem-se indesejadas, mal amadas, azaradas e toda uma lista de adjetivos que a categorizam como o pior ser do mundo. Porém, nada fazem para mudar tudo isso. É mais fácil passar a vida reclamando a infelicidade. São as pessoas que “não se permitem a felicidade”.
Mas “não conseguir ser feliz” vai além disso.
Se você acha que não consegue ser feliz seria interessante reavaliar suas escolhas. Repense suas atitudes e sua maneira de reagir diante de todas as circunstâncias da vida.
Será que você é ou não?
Consegue ou permite-se?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Castração

Você é o que pensa ser ou o que a sociedade determina que seja?

Seus sentimentos realmente lhe pertencem?


"Por vezes ou quase a todo instante o dilema.

Devo ser ou determinado serei.

Sendo “bonzinho”, amável e "bom tudo"

Seria eu mesmo?

Se não aceito determinações ou castrações,

Seria eu um pária?

E nesse conflito existencial

Deixo-me à mercê

De meus sentimentos."

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Espelhos


"Já fui o que nunca imaginei...
Estive aonde nunca iria...
Fechei os olhos,
Tapei os ouvidos.
De nada adiantou
Medo...
E depois de tanta loucura
Ainda luto contra os fantasmas
Que assombram minha existência
Anjo e demônio
Disputando minh’alma
Ordem após ordem...
Devastando minha mente,
Imputando-me incertezas
De quem realmente sou.
Mas após tantos delírios
Ainda alucino a existência
De um mundo real"


E você? Tem plena convicção de seus desejos?
Sabe bem quem realmente você é?
Já se permitiu o impensável?
Há quanto tempo não olha para dentro de si mesmo e descobre algo novo?
Ou foge de voltar os olhos para o espelho de sua alma?


"A nossa própria alma apanha-nos em flagrante nos espelhos que olhamos sem querer".
 Mário Quintana




sábado, 26 de novembro de 2011

O medo das diferenças

“... Lekh me entregava um pássaro pintado, mandando que eu o apertasse de leve nas mãos. Cedo seus gritos atraíam companheiros da mesma espécie, que se punham a revoar sobre nossas cabeças. Vendo-os, o prisioneiro debatia-se gritando ainda mais; e o coração trancado no peito recém pintado batia violentamente. Quando o número de pássaros era suficiente, Lekh fazia-me sinal para soltar o prisioneiro. Livre e feliz, lançava-se para o alto, contra o céu cinzento, mergulhando na revoada escura de seus irmãos.
Por um instante, a surpresa tolhia os pássaros. A mancha colorida voava em meio ao bando, tentando convencê-los de que lhe pertencia. Mas, confundidos pela plumagem brilhante, os outros o rodeavam incrédulos e quanto mais o pássaro pintado tentasse incorporar-se ao bando, mais o rejeitavam. Logo, um depois o outro, começavam a atacá-lo arrancando-lhe as penas multicores, até fazer-lhe perder as forças precipitando-o ao chão.
Esses incidentes aconteciam com freqüência, e, geralmente, quando eles recolhiam o pássaro pintado, já estava morto.”

trecho do livro "O Pássaro Pintado", de Jerzy Kosisnki.

O que é diferente causa mais.......
........ medo ou repulsa?

Esse fragmento de texto do livro de Kosinski é bastante representativo.
Agora vejamos esse pequenino cartum:
O TEXTO ACIMA E ESSE CARTUM FORAM AQUI COLOCADOS APENAS PARA LEVANTAR QUESTIONAMENTOS.

PORQUE IMAGINAR QUE ALGUÉM QUE SOFRE DE TRANSTORNOS MENTAIS É BURRO???

PORQUE IMAGINAR QUE ESSAS PESSOAS SÃO FRACAS, COVARDES OU SEM CARÁTER??

O ser humano pode adoecer fisicamente. Mas também mentalmente !! E ninguém está imune.

VAMOS COMEÇAR A ROMPER ESSA BARREIRA PRECONCEITUOSA, DISCRIMINADORA E ESTIGMATIZANTE

O que você pode fazer?
1. Cuidado com as palavras que você usa: "Louco", "maluco", "psicopata", são palavras que ferem. Pense muito antes de dar adjetivos.
2. Ajudem a conscientizar os outros de como nossas palavras e atitudes machucam. Não ria de piadas cruéis. Faça com que os outros saibam que a ignorância dói.
3. Ajudem pessoas que possam estar sofrendo dos sintomas iniciais de uma doença mental.
4. Tente compreender e conhecer a respeito destas doenças.

Somente quem experimentou um adoecimento mental é capaz de saber a dor que se sente

E para finalizar, se você gosta de música, vale a pena ver o vídeo.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O dom de ser capaz e feliz

A capacidade de ser feliz, amar e viver plenamente está dentro de você.
Cada situação vivida é uma grande oportunidade de aprendizado e de reescrever sua história.
Se você gosta de música e poesia uma boa oportunidade é ouvir essa bela melodia.

Ando devagar...
...porque já tive pressa
E levo esse sorriso...
.. porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Penso que cumprir a vida seja simplesmente...
...compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando dias pela longa estrada...
... eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir.
Todo mundo ama um dia...
... todo mundo chora,
Um dia a gente chega...
...no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz



Tocando em Frente
Almir Sater
Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Você tem seu valor

Certo dia, um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o samurai sentiu-se repentinamente inferior. Ele então disse ao Mestre:- Por que estou me sentindo inferior?Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum.Por que estou me sentindo assustado agora?O Mestre falou:- Espere. Quando todos tiverem partido, responderei. Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o samurai perguntou novamente:- Agora você pode me responder por que me sinto inferior?O Mestre o levou para fora. Era um noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:- Olhe para estas duas árvores, a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum.
A árvore menor jamais disse à maior: Por que me sinto inferior diante de você?
Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso.O samurai então argumentou:- Isto se dá porque elas não podem se comparar. E o Mestre replicou: Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta.
Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem.Você é o que é e simplesmente existe.
Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo.Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer. Simplesmente olhe à sua volta.Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica, ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida.

Então vamos praticar a auto-estima e auto-confiança:


*HONESTIDADE – seja, acima de tudo, honesto com você mesmo. Todos têm vulnerabilidades, mas também pontos fortes. Identifique-os e aprenda a lidar com eles.

*PENSE – modifique sua forma de pensar. Não seja derrotado MENTALMENTE.

*VIGIE seus pensamentos. Deixe lugar apenas para o OTIMISMO

*CREIA – Você pode modificar seus comportamentos. Basta ACREDITAR.

*SUPERE – vença suas fraquezas e potencialize suas QUALIDADES.

*FAÇA seu melhor, pois você sempre será capaz, mas.....

*RESPEITE a si mesmo – não exija a PERFEIÇÃO. Não cobre tanto de si mesmo.

*Estabeleça seus OBJETIVOS. Mas não se compare aos outros.

VOCÊ É VOCÊ !!
GOSTE DE SI MESMO !!
VOCÊ TEM SEU VALOR !!

domingo, 13 de novembro de 2011

Humanamente Genial


O ser humano tão genial,

Inventor de modernas tecnologias,

Criou poderosos microscópios

Capazes de desvendar

Imagens tão infinitamente pequenas.

Ultrapassando qualquer barreira da luz

Chegou à orbita molecular das células.



O ser humano,

Em sua genialidade,

Foi capaz de criar telescópios

Que enxergam tão longinquamente

Planetas e estrelas

Orbitando em seus sistemas solares.



Mas sofre o ser,

Tão humanamente genial,

Em abissais sentimentos.

Pois não acha a órbita de

Sua própria



sábado, 5 de novembro de 2011

Identidades engessadas

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
Clarice Lispector
Quantas vezes por dia é capaz de permitir o auto questionamento?
Consegue estabelecer um diálogo interno?
Ou se sente completamente dono de toda razão ou princípio?
Conhecer ou reconhecer a própria identidade é um exercício que exige honestidade e mente flexível.
Mas entenda-se que um diálogo interior não pode submeter-se à enxurrada de pensamentos que, invariavelmente, invadem a mente.
Reserve poucos minutos de cada dia para que possa silenciar sua mente. Isso é importantíssimo, afinal uma mente conturbada e inundada em pensamentos pode irromper emoções angustiantes.
À medida que você consegue coordenar esse processo mental, será capaz de quebrar paradigmas e ganha a oportunidade de novos aprendizados e idéias.
Obviamente, nem sempre é fácil esse desengessamento mental e emocional. Mas tudo que nos propusermos a realizar, insistindo como prática cotidiana, torna-se facilmente realizável.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

VALORES - imposições e escolhas

Houve uma época na qual os educados senhores abriam a porta de seus carros para que a dama pudesse entrar. Os homens eram gentis.
Houve época na qual os gentis senhores levantavam-se da cadeira, assim que sua dama chegasse ou saísse da mesa. Os homens eram polidos.
Houve um momento, na história do ser humano, na qual a polidez era característica primordial da espécie.
Naquela época se falava: “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “como vai”, “tenha um belo dia”, “prazer em conhecê-lo(a)”, “por favor”, “obrigado”.
Naquela época também as damas sabiam ser valorizadas por sua graciosidade e discrição.
Também nessa época, a sexualidade era algo exclusivamente pertencente àquela pessoa, sem necessidade de propagandas ou alusões à promiscuidade.
Obviamente, mesmo naquela e em tantas outras épocas, havia a deselegância, a desonestidade e todo tipo de atitude associada ao caráter individual.
Entretanto, o pior cenário contemporâneo não é a encenação de tantos atos insanos e de tanta ausência de honradez.
Vai além. Pior do que isso é a normalização e a banalização da moral e da ética.
Heráclito de Éfeso ( s VI – V a.C. ) definia o caráter como “o conjunto definido de traços comportamentais e afetivos de um indivíduo, persistentes o bastante para determinar o seu destino”.
Assim, quando a tônica social legitima e minimiza os desvios de caráter, estabelece uma nova configuração dos valores éticos e morais do indivíduo ou da sociedade.
O caráter individual fica reprimido diante dessa nova moral social.
Chega-se em uma época em que ser correto, honesto ou elegante é motivo de chacota.
Nessa época, o gentil cavalheiro, ainda tentando resgatar uma identidade de outrora, pode ser um “otário” diante de outras pessoas, assim como a dama que ainda tenta manter a tradição e o aprendizado familiar.
Hoje, há exclamações de espanto quando alguém devolve uma mala de dinheiro encontrada ao acaso. Mas, em contrapartida, já não há o mesmo espanto quando o indivíduo se apropria do dinheiro alheio.
Inversão dos valores?
A sociedade impõe regras que nem sempre são digeríveis.
Houve uma época em que os pais sabiam o que era melhor para seus filhos. Hoje, tudo que foi aprendido como forma de educação naqueles tempos tenta ser descaracterizado e classificado como inadequado.
Inadequado??
Moral da história?
Acabou a moral e a ética na sociedade atual?
O caráter individual ainda consegue prevalecer diante deste caos?
A sociedade ou os controladores sociais ainda nos permitem pensar?
Até quando pensaremos que realmente pensamos?
Até quando seremos detentores dos próprios sentimentos e emoções?
Até onde você conseguirá fazer questionamentos dentro do contexto atual?
E para finalizar: em que época você vive ou sobrevive?
Por sinal, não se trata de um texto deselegante ou ranzinza, mas, sobretudo, uma réstia de apego ao que vale a pena.
Como disse Clarice Lispector:
- “Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.”


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Arte Emocional

A lira, instrumento musical de cordas, foi bastante utilizada pelos gregos para acompanhar versos poéticos de forma melodiosa.
Desde o século IV a.C os poemas pequenos, através dos quais os poetas manifestavam sentimentos, tornaram-se conhecidos como poesias líricas, graças à melodia das liras.
Assim, observa-se que o lirismo está associado diretamente à sonoridade da música e do canto. Na literatura é possível notar que as poesias líricas apresentam uma sonoridade peculiar, propiciando ao leitor SENTIMENTOS e EMOÇÕES de forma maravilhosa.
Na música lírica também é assim, manifestando emoções irrefreáveis. É a tônica do lirismo, que poderia ser designado como a ARTE EMOCIONAL.
O lírico pode ser um excelente representativo de estado de ALMA, simbolizando o “eu” e suas experiências e expectativas diante da vida.
Enfim, quem vive a intensidade dos sentimentos consegue identificar-se com as poesias e músicas líricas.
Deleite-se nos versos abaixo e, depois, permita-se viajar na melodia da música.

 Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

Mário Quintana